A GRAÇA DAS COISAS

Como eu ainda estou desempregada não tenho saído de casa diariamente para ir a São Paulo como fazia antes. E agora sempre que saio presto mais atenção aos fatos que estão ao meu redor.  

Semanas atrás fui a SP e era um dia típico de verão intenso. No ônibus havia algumas mulheres com uma autoestima que por um momento invejei, não porque elas eram bonitas, porque não eram, mas elas despertaram o interesse de muita gente. A roupa que usavam, o short e a blusa facilitaria qualquer preliminar. Onde fica a imaginação dos homens? Fora de cena, claro. Aprendi a não julgar, mas comparar é permitido. Nunca conheci gente que se sentisse tão bem consigo mesma como estas moças.  Se você como elas, deseja ser o centro das atenções e sonha cantar “Que tiro foi este”: não mostre tudo. Opte por usar uma roupa mais discreta. Você já ouviu falar que menos é mais? Os homens gostam de usar a imaginação...Então não facilite para eles.

Muita gente tenta ganhar a vida de um jeito informal. Uns vendem o que tem nos transportes públicos, nas praças e centros das cidades. Há aqueles que preferem pedir por doações, e existe também os que usam o talento que possuem.

No ano passado realizei o sonho de conhecer um pouco da Europa. Visitei algumas cidades da Itália e Paris na França. Lá não vi nenhum vendedor ambulante nos transportes públicos que usei para me locomover, mas eles usam outros meios para se sustentar: a arte reina.

Pessoas tocam, cantam e encantam não somente no trem ou metrô. Praças, ruas, vielas tudo é pretexto para divulgar o que bem sabem fazer. Nunca vou me esquecer da garotinha cega que cantou despretensiosamente enquanto a viagem de Lago de Como a Milão seguia. Senti Deus naquele momento, com aquela canção que nem sabia a letra, pois não sei italiano, mas sei que Deus estava lá comigo e chorei.

No Brasil, em São Paulo mais especificamente as pessoas não estão dispostas a ajudar e se fazer ouvir e admirar quem ganha a vida deste modo.

Da última vez que fui ao Shopping Metrô Itaquera, no momento em que estava no metrô a caminho da Barra Funda dois rapazes começaram a improvisar um rap. Brincaram com algumas pessoas que não hesitaram  em participar do repente e o riso foi constante.

Gestos simples é a graça da vida é o que nos mantêm firmes para continuar a lidar com as dificuldades que surgem no caminho da vida.